Nao foi para aliviar a dor. Não havia qualquer dor. Era a
procura por uma conexão, um resgate, reviver um embalo íntimo do passado. Um prazer
totalmente egoísta, mas todo prazer é egoísta.
Conseguiria o que eu buscava? Por algumas horas sim. Mas aquilo
não teria fim e depois eu passaria a remoer os piores sentimentos da minha vida.
Isso ainda seria fácil de lidar, mas seria muito mais trágico. A volta da dor
constante, do desejo desapoderado, da dissolução, da desolação.
E por que o risco? Autossuficiência. Duas doses de impulso. Ímpeto.
Não se avaliam as consequências, porque elas não se transfiguram naquele
momento. Mas o final não é lúdico, traz a culpa e o remorso. E sem ela não vem senão
a promessa.
O remorso fica dias a fio. O pensamento perturbador, os
questionamentos, a vergonha, o constrangimento. Não se consegue olhar nos olhos
de ninguém, porque parece que ali você enxerga seu próprio julgamento.
Seguir em frente, isso não vai se perpetuar. Mas pra isso é necessário
haver mudanças concretas. Sem deslizes. Sem devaneios. Um dia de cada vez.
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